Em uma articulação de última hora entre líderes da oposição e do Centrão, o plenário da Câmara dos Deputados acaba de aprovar a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para prestar esclarecimentos aos parlamentares contra o corte de 30% no recurso das universidades federais, e que na verdade são apenas contingenciamentos e não cortes.
Foram 307 votos a favor, 82 contra a convocação.
O ministro já falaria em comissão da Câmara, mas, diante do descontentamento dos partidos com o governo Jair Bolsonaro, optou-se por uma forma diferente de sabatina. Weintraub deve comparecer à Casa em um dia de intensas manifestações no país contra os cortes de orçamento de universidades.
Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria, defendeu a convocação do ministro. “Nesta semana teremos obstrução total de MPs e a convocação do ministro da Educação para vir já amanhã (quarta-15)”, declarou a deputada.
Alessandro Molon (PSB-RJ) também defendeu a presença do ministro em plenário. “Amanhã o Brasil estará nas ruas protestando contra os cortes na Educação. E nada mais necessário que o ministro esteja aqui no plenário para prestar esclarecimentos”, avaliou.
Por se tratar de convocação, Weintraub é obrigado a comparecer à Câmara, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade na hipótese de ausência “sem justificação adequada”, conforme prevê a Constituição Federal.
Weintraub é o primeiro ministro do governo Jair Bolsonaro convocado por alguma das casas do Congresso, e a maioria dos partidos orientou as bancadas a votarem a favor do requerimento de convocação.
Somente PSL e Novo orientaram contra a convocação.
Dos deputados do Tocantins apenas o vice-líder do governo Bolsonaro, Carlos Henrique Gaguim votou contra a convocação.
Já a deputada Dorinha, não estava no plenário no momento da votação de convocação. Ela tem sido uma das principais interlocutoras entre os reitores, a bancada da Educação e o governo federal.
Outra que não votou foi a deputada Dulce Miranda estava em trânsito para Brasília após dias de visita em vários municípios do norte do Estado. São 8 deputados na bancada do Estado, seis votaram e apenas um contra.
Mas, o que chamou a atenção foi o voto do candidato evangélico Eli Borges, que tem uma bandeira conservadores e até então se pensava que era aliado do governo Bolsonaro.
Porém, Eli, votou na convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e este por sua vez foi entrevistado ontem no programa “Pingo Nos Is”, da rádio Jovem Pan e mostrou por A mais B que sua ida ao congresso é um jogo da esquerda e do centrão para enfraquecer o governo.
Mas, a pergunta que não quer calar é por que o candidato evangélico do Tocantins votou contra o governo de Jair Bolsonaro e a favor dos partidos de esquerda.
O ministro disse em entrevista que há desonestidade intelectual por parte dos deputados de oposição, “não é 30% de cortes e sim apenas 3%”.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, insistiu, que os bloqueios de orçamento da pasta não são cortes. Segundo ele, os congelamentos poderão ser revistos. Weintraub criticou programas petistas, defendeu priorização de gastos e justificou cortes na área de humanas.
O site Pautanotícias entrou em contato com a assessoria do deputado Eli Borges, porém até o momento não obtivemos retorno.