O projeto Clube de Leitura, que é desenvolvido na cadeia pública de Tocantinópolis pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) com apoio do Ministério Público do Tocantins (MPTO) e de outros parceiros, gerou um importante fruto: o livro “Ler e escrever na prisão: experimentações em Tocantinópolis”, que traz uma coletânea de textos das pessoas envolvidas no projeto – em especial, os próprios detentos.

O livro segue um cronograma de lançamento. Na terça-feira, foi apresentado no campus da UFT em Tocantinópolis, com a participação da professora Aline Campos, que coordena o projeto, e do promotor de Justiça Celsimar Custódio, que representa o MPTO nesta iniciativa.

Em Palmas, a solenidade de lançamento está marcada para sexta-feira, 05, às 14h, na Escola Superior de Gestão do Sistema Penitenciário Prisional (Esgepen).

Na publicação, coube a Celsimar Custódio escrever o prefácio, em que ele destaca a experiência da ressocialização do preso a partir da leitura. “Alguns dos cidadãos que se encontram engastulados na cadeia pública de Tocantinópolis, ao final do cumprimento de suas penas corporais sairão alfabetizados, pois somente lá conseguiram a oportunidade de estudar; alguns outros sairão, inclusive, com perspectivas melhores de vida: eis que conseguiram ingressar em cursos superiores; outros, ainda, através do mundo mágico da leitura, poderão interpretar a vida de outra forma, mais humanizada, mais amável e mais respeitosa para com o seu semelhante” diz em trecho do prefácio.

O projeto Clube de Leitura surgiu com o intuito de viabilizar a leitura e a escrita dentro da unidade prisional e de contribuir com o direito do preso de ter sua pena abreviada na proporção dos livros que lê (cada obra lida diminui a pena em quatro dias). No ano de 2018, os participantes do Clube de Leitura leram nove livros, também participando de discussões e produzindo resenhas críticas sobre as obras.

Mas o projeto foi além deste objetivo inicial, ao agregar parceiros e levar a Educação para Jovens e Adultos (EJA) e o Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos (Encceja) para o ambiente daquela cadeia pública. Após o projeto, alguns detentos, inclusive, conseguiram aprovação para ingressar em curso superior na modalidade Ensino a Distância (EaD).

O Ministério Público é parceiro do Clube de Leitura desde o primeiro momento, tendo participado, inclusive, da estruturação de um ambiente adequado para a leitura e a escrita na cadeia pública. (Flávio Herculano)