Araguaína teve a primeira captação de órgãos do Hospital Municipal Eduardo Medrado (HMEM), na noite dessa quinta-feira, 19. O procedimento foi realizado por profissionais do Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), que administra a unidade para Prefeitura, e também por especialistas do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) vindas de Brasília.
A doadora é uma menina de sete anos e um dos motivos que ajudou na aceitação da família foi o sonho da criança em doar seus cabelos para outras meninas que têm tratamento contra o câncer. “Ela era muito bondosa, estava sempre querendo dividir as coisas e por isso nós aceitamos, primeiro a mãe do que eu”, lembrou o pai.
Acolhimento familiar
A morte cerebral da menina foi constatada na última quarta-feira, 17, por decorrência de hemorragia cerebral ocasionada por um câncer. A confirmação foi feita por dois médicos e comprovada por exames complementares. Após o diagnóstico, a família da criança foi orientada e comunicada sobre a possibilidade da doação de órgãos. Um trabalho que envolveu um acompanhamento minucioso do hospital.
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“Nós, da assistência social, tivemos o papel de acolher, orientar e realizar uma entrevista social com todos os familiares da paciente. É um momento em que eles precisam de acolhimento, mesmo tendo consciência que esse gesto pode salvar a vida de outras crianças”, disse Marleide Teodoro, assistente social do HMEM,
Para o pai, o importante é ajudar outras pessoas mesmo nesse momento difícil. “Nós não queremos que outras famílias sofram o que nós estamos sofrendo. Queremos que elas tenham alegria, amor e vivam muitos anos com a mesma alegria da nossa filha”.
A captação
Um avião da Força Aérea Brasileira pousou no aeroporto de Araguaína no início da noite de quinta e trouxe três profissionais, que participaram da captação: a médica cirurgiã Ana Virginia Figueira, enfermeira Jéssica Lima e a técnica de enfermagem Débora Almeida.
O procedimento realizado no Hospital Municipal Eduardo Medrado durou cerca de quatro horas e captou o fígado e as córneas. Os órgãos captados serão destinados a pacientes na espera por transplante segundo critérios da Central Nacional de Regulação e foram transportados na madrugada desta sexta-feira, 19.
“Foi um processo bem sério, que teve acompanhamento em todas as fases. No procedimento, que durou cerca de quatro horas, foram captados o fígado e as córneas. Essa foi a primeira captação de órgãos em crianças em Araguaína e envolveu um trabalho multidisciplinar”, enfatizou Márcio Miranda, diretor técnico do HMEM.