O deputado estadual Ricardo Ayres (PSB) levantou uma discussão no Tocantins sobre a Hidroxicloroquina ou Cloroquina para o tratamento da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. Com a curva crescente de casos no Tocantins e na própria Assembleia Legislativa, onde os deputados Olyntho Neto, Cláudia Lelis e Júnior Geo estão isolados após contaminação pelo vírus, Ayres, que foi tratado com o medicamento, defende a prescrição, com indicação e acompanhamento médico, na fase inicial da doença.
O parlamentar ainda rechaçou a politização em torno de um tema de saúde tão importante. “Temos profissionais de saúde do Estado que são favoráveis ao medicamento e argumentam sua eficácia no tratamento da doença”, explica.
Ricardo Ayres já havia anunciado no dia 02 de junho que estava curado da COVID-19, vítima de uma contaminação comunitária pelo coronavírus. Segundo ele, seu quadro foi considerado como Pneumonia em fase inicial. O deputado fez uso do medicamento e relatou constatar uma melhora logo após início do tratamento.
O Deputado também argumentou entender que, por si só, seu resultado não pode ser colocado como ponto de decisão sobre a eficiência completa do medicamento, entretanto defende que ele não pode ser descartado ou seu uso desaconselhado, sem maiores estudos e um posicionamento médico sobre o quadro de cada paciente. “Utilizei a hidroxicloroquina e os resultados foram muito bons. Esse é um assunto técnico-científico e precisamos estudar e avaliar toda as formas de tratamento, principalmente no cenário crescente de contaminação no Tocantins e no Brasil. Defendo a continuidade dos estudos e o uso do medicamento com prescrição e acompanhamento médico”, explicou.
Médico defende medicamento
Segundo o médico cardiologista que acompanhou o Deputado em seu tratamento, o Dr. Andrés Gustavo Sánchez relatou o seguinte: “iniciamos o protocolo de forma precoce, com consentimento informado, resultado favorável já nas primeiras 24 horas e atualmente tem critérios de cura da COVID-19 “. Sánchez também relatou que fez o tratamento com a substância em outros pacientes com resultados também positivos.
OMS volta atrás
Como citado pelo médico, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) reeditou seu posicionamento. No dia 23 de maio de 2020, o Grupo Executivo do Estudo Solidariedade da organização havia decidido parar os estudos sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento a COVID-19. A argumentação seria uma preocupação com a segurança do medicamento.
A mudança de posicionamento da OMS veio após a revista científica “The Lancet” publicar uma nota de retratação dos autores do estudo com cloroquina e hidroxicloroquina para Covid-19 publicado por ela própria no dia 22 de maio. Os cientistas afirmaram não poder mais garantir a veracidade dos dados usados para fundamentar a pesquisa, que havia constatado risco no uso das substâncias contra o novo coronavírus.
Sendo que no dia 3 de junho de 2020, o diretor-geral da OMS anunciou que, com base nos dados de disponíveis, os membros do comitê recomendaram que não havia motivos para modificar o protocolo do estudo. O Grupo Executivo recebeu esta recomendação e endossou a continuação de todos os ramos do Estudo, incluindo a hidroxicloroquina.
Medicamentos
Até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo novo coronavírus. Devido ao fato de ser uma doença nova no mundo, temos pouca literatura disponível podendo recorrer a tratamentos off-labelcom o objetivo de diminuir o risco de evolução para a fase inflamatória. Certamente, a principal arma contra o COVID-19 será a vacina, a qual deverá estar disponível no final do ano 2020 ou início de 2021.
Politização do tema
Ayres encerrou rechaçando sobre o que chamou de politização sobre o medicamento e sobre a própria pandemia do Coronavírus. Segundo ele, é uma questão de saúde, de proporções que jamais vimos e de um vírus que, até o momento, temos poucas informações. O parlamentar defendeu que é preciso que sejam unidos esforços em prol de estudos sobre o remédio, tratamentos e sobre ações que possam conter o avanço da doença. “Não é momento de fazer política sobre usar ou não tal medicamento, precisamos é de estudos científicos, de profissionais da área. Estão fazendo política com uma doença séria que infelizmente tem dizimado famílias e desestruturado todo o mundo”, concluiu.