Luiz Henrique Machado/Governo do Tocantins

Cento e três bombeiros militares que atuam na linha de frente do serviço operacional, em Palmas, começaram a ser vacinados contra a covid-19. As doses estão sendo aplicadas no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, onde a fila de carros no drive thru é grande, tal qual a esperança dos que vão em busca da vacina.

Os militares que atuam nas unidades no interior do estado também serão imunizados, mas o serviço será executado pelas secretarias municipais de Saúde. E na próxima semana, será a vez dos bombeiros que atuam no serviço administrativo, mas que também são escalados nas frentes operacionais dos Batalhões e Companhias.

Ao coordenar as atividades da vacinação no CBMTO, o tenente-coronel Luciano Nakano Junqueira, chefe de Saúde e Assistência Social do Corpo de Bombeiros Militar, destacou a preocupação do comandante geral do CBMTO, coronel Reginaldo Leandro, com a imunização da corporação.

“Desde o começo, a preocupação do nosso comandante, era vacinar os profissionais da linha de frente, aqueles que estão no setor operacional fazendo o resgate, o salvamento, para que eles tenham essa segurança e não ficarem com receio de uma contaminação na hora do atendimento”, afirmou o coordenador.

“Muitas vezes, a pessoa que o militar está atendendo pode estar contaminada, podendo estar transmitindo o vírus. Tendo tomado a vacina, o socorrista passa a atuar com mais tranquilidade”, completou o tenente-coronel.

Segundo Luciano Nakano, “a vacina é uma proteção a mais para o militar na hora em que ele tiver contato com o vírus”. Contudo, conforme ele explica, mesmo tendo tomado as doses, a pessoa ainda pode ser contaminada e transmitir a covid.

“Contudo, quando a pessoa está imunizada com a vacina, a tendência é que a contaminação seja mais branda, os sintomas passam a ser mais fracos, evitando uma internação ou que o paciente evolua a uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Sintomas vão aparecer, mas mais brandos. Por isso, a importância da vacinação”, destacou.

As doses são da Oxford Astrazeneca e estão sendo aplicadas também nos policiais militares, policiais civis, policiais rodoviários federais, policiais federais e agentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

“A garantia do laboratório fabricante da vacina é de que a eficácia chega a 70% já na primeira dose. A previsão é que a segunda dose seja aplicada daqui três meses, elevando a eficácia da proteção para mais de 80%”, relatou Luciano Nakano.

Emoção na fila

O momento da vacinação era de celebração e de emoção, principalmente para quem perdeu entes muito próximos. É o caso da sargento Sandra Wilker, que atua no serviço operacional do CBMTO, em Palmas. Além de ter pego a covid-19, Sandra teve o pai levado pela doença.

“Momento de muita emoção. Depois de tudo o que vivemos no último ano, não contive as lágrimas”, contou. “É um momento de muita emoção. Perdi meu pai. Eu aqui [em Palmas] e ele em Araguacema. Infelizmente ele não resistiu as complicações”, completou a sargento.

A contaminação de Sandra Wilker e do pai dela foi em setembro de 2020. “Apresentamos sintomas no mesmo dia. Ele faleceu dia 06 de outubro”, relata.

“Hoje, quando entrei na fila, não contive as lágrimas. A emoção bateu forte mesmo e estou muito feliz por ter tomado a vacina”, celebrou.

Imunização Coletiva

A tenente-coronel Andreya de Fátima Bueno, comandante do 1º Batalhão, também foi imunizada e afirmou que deseja que todos se sensibilizem pela vacinação. “Além de se tratar de imunização individual, trata-se principalmente de imunização coletiva, representando um ganho em saúde pública”, disse.

Numa mensagem de vídeo publicada no Instagram do 1º Batalhão, a tenente-coronel lembrou também das frentes de atuação dos bombeiros, e agradeceu ao governo federal e estadual pela vacinação das forças de segurança.

“O Corpo de Bombeiros Militar recebe com gratidão a notícia de que seus militares serão vacinados. Nós atuamos durante toda a pandemia em ações de resgate, salvamento, combate a incêndio e principalmente em atendimento a vítimas suspeitas ou confirmadas de covid. A melhor parte é a certeza de que vamos para casa garantindo a segurança daqueles que amamos”, concluiu.

Crédito

F-30 (Arquivo pessoal – Sandra Wilker)