As chuvas dos últimos dias têm causado alagamentos em municípios da região central, norte e extremo norte do Tocantins, principalmente após o aumento nos níveis de rios e afluentes. Com isso, a Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães, em Lajeado, está com a vazão em nível de alerta. Em Estreito, município maranhense que fica na divisa com o Tocantins, a usina hidrelétrica chegou à vazão crítica, atingindo mais de 10 mil metros cúbicos por segundo (m3/s) no reservatório.
Os dados são da Defesa Civil, divulgados nesta terça-feira (21). Em números registrados nos últimos três dias, a usina de Estreito, que tem como parâmetro a marca de 10.000 m3/s para nível crítico, chegou a 10.013 m3/s. No domingo, a vazão era de 7.978 m3/s. A operação normal é de até 4.000 m3/s.
Na Usina Hidrelétrica de Lajeado, a vazão normal também é abaixo de 4.000 m3/s e se chegar até 5.000 m3/s atinge nível de alerta. Até segunda-feira (20) a vazão era de 7.525 m3/s, em nível de alerta. Mas segundo a Defesa Civil, houve redução da vazão defluente.
Já as usinas de Peixe-Angical, em Peixe, e São Salvador, localizada em Paranã, no sudeste do estado, seguem em com vazões dentro da normalidade, em 596 m3/s e 2.271 m3/s, respectivamente.
A Defesa informou ainda que até terça-feira (21), foram registrados pontos de alagamentos em Tocantínia, em que houve a remoção de cinco famílias de áreas críticas. A Defesa Civil também atuou em Carmolândia, Araguanã e São Miguel do Tocantins.
O que dizem os responsáveis pelas usinas
A Investco S/A, responsável pela UHE de Lajeado, informou que opera normalmente, seguindo os despachos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pelo planejamento diário de geração de energia elétrica no Brasil.
Questionada sobre as medidas de segurança no período chuvoso, a empresa explicou que podem acontecer oscilações na vazão. Desta forma, orientou que a população esteja atenta as oscilações evitando banhos no rio nos locais abaixo da usina.
O Consórcio Estreito Energia informou que Usina Hidrelétrica Estreito está atualmente retendo parte da água que tem recebido, colaborando com o equilíbrio do nível do rio Tocantins. Também informou que a usina possui um protocolo de operação hidráulica com indicação do rebaixamento do reservatório normatizada pelos órgãos de controle.
O Consórcio afirmou ainda que mantém o diálogo permanente com a Defesa Civil dos municípios e dos estados do Maranhão e Tocantins, informando a vazão média a cada 8 horas e as previsões de vazões das próximas 24h, 48h e 72h, subsidiando a Defesa Civil com informações estratégicas para a otimização de suas ações preventivas de segurança.
“O Consórcio Estreito Energia continuará monitorando a situação e informando as autoridades, por meio da Defesa Civil, objetivando uma atuação preventiva junto às comunidades, dentro das condições técnicas adequadas de operação da usina”, completou a empresa.
O Tocantins segue com dois alertas de chuvas intensas, que valem pelo menos até o fim da manhã desta quarta-feira (22).
A previsão é que o nível de temporais fique entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, com ventos intensos, de 40 a 60 km/h.
Em Palmas, Araguaína e Gurupi, as três principais cidades do estado, a previsão é de tempo nublado com pancadas de chuvas isoladas até quinta-feira (23).