Com a presença da Secult, a cerimônia final do “Cine Xerente: Olhares Indígenas na Grande Tela” foi realizada na Aldeia Cachoeirinha, em Tocantínia
O evento contou com a presença do secretário Tião Pinheiro (Secult), do secretário interino dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) Paulo Xerente, do superintendente do Ibama Leandro Milhomem, da presidente da Abix Ana Shelley Xerente, do cacique Pedro Paulo Xerente, da curadora da Mostra e representante da Secretaria Estadual de Pesca e Aquicultura, Mariah Soares, da coordenadora do Previfogo, Daniela Dias Danaga, entre outras autoridades.
Durante a realização do projeto, a iniciativa treinou cerca de 20 membros da comunidade em técnicas de produção de vídeo, utilizando seus celulares, com o propósito de capacitar jovens e adultos a contarem suas próprias narrativas e histórias, aumentando sua presença nas redes sociais. Entre as atividades estiveram uma roda de conversa sobre comunicação vinculativa e não violenta, técnicas de captação de imagem e som, elaboração de roteiros, edição de vídeos, entre outros.
O secretário da Cultura Tião Pinheiro prestigiou a ocasião relembrando a retomada cultural que possibilita tantos projetos como os contemplados na Lei Paulo Gustavo. “Sou muito feliz de ver na ponta aquilo que estava sendo idealizado e sonhado, que é o fomento e incentivo à cultura do Tocantins. Andamos mais de oito mil quilômetros de busca ativa na LPG para levar esses recursos aos fazedores de cultura”, disse lembrando que isso mostra a importância da retomada cultural com as recriações do Ministério da Cultura pelo presidente Lula e da Secretaria da Cultura do Tocantins pelo governador Wanderlei Barbosa.
Ele destacou também o trabalho da Secult na estruturação da pasta e, ao mesmo tempo, na condução da LPG no Tocantins que nos coloca entre os quatro estados que melhor executaram os recursos da lei de acordo com o MinC.
Já o secretário Paulo Xerente enfatizou a importância do fomento à cultura dos povos indígenas e tradicionais. “É um recurso muito bem aplicado e antes a cultura indígena era estudada por pessoas de fora, hoje é o indígena mesmo que está fazendo esse trabalho de valorizar e divulgar a nossa cultura para fora”, destacou.
O projeto também percorreu as aldeias Salto e Funil. A programação contou com a exibição dos vídeos roteirizados, gravados e editados pelos participantes das oficinas. Ao final, os alunos receberam certificados.
A presidente da Associação de Brigadistas Xerente (ABix), Ana Shelley Xerente, ressaltou ainda a importância do projeto para mostrar o trabalho e a cultura dos brigadistas, além de valorizar o aprendizado obtido durante as oficinas. “Esse projeto veio para nos dar oportunidade de mostrar quem somos, o que fazemos e valorizar a nossa cultura, que é tão rica e importante para nós. Aprendemos a fazer roteiro e usar os celulares para gravar e editar vídeos. Isso foi maravilhoso porque já estamos usando este conhecimento que aprendemos “, pontuou.
O idealizador da ação, Pedro Paulo Xerente, explica que apesar da conclusão do projeto, o conhecimento adquirido fica para a comunidade. “Com a oportunidade do edital, a gente pensou em desenvolver esse projeto para que nós aprendêssemos a fazer pequenos vídeos, porque sentimos a necessidade de mostrar para a população o trabalho que é desenvolvido pelas brigadas, levando entretenimento para dentro da aldeia. A ideia é que possamos continuar fazendo os nossos vídeos, mostrando que nós queremos mostrar e não o que os outros veem. É esse o legado que ficou conosco, o conhecimento”, comemorou.
O brigadista Elias Wakrãwi Xerente participou das oficinas e também comemorou com o certificado. “Foi uma experiência muito gratificante e importante para nós indígenas. Agora podemos gravar, produzir e divulgar para fortalecer mais a nossa cultura”, disse.
Sobre a ABIX
Composta por 74 brigadistas, a Abix é uma Associação de Brigadistas Indígenas da Terra Indígena Xerente e Funil. Criada em 2014, a entidade atua desde então em parceria com o Ibama, a Funai e outras instituições estaduais e municipais. O objetivo da ABIX é combater as queimadas que são frequentes na região.
Ficha técnica
Direção-geral: Pedro Paulo Gomes da Silva Xerente e Ana Shelley Xerente.
Direção Técnica: Mariah Soares.
Produção Executiva: Andréa Lopes / Instituto Puro Cerrado.
Oficineiros(as): Mariah Soares, Andréa Lopes e Ramon Diaz.
Curadoria filmes da Mostra: Mariah Soares.
Assessoria de Imprensa: Cinthia Abreu/ Companhia A Barraca.
Design Gráfico: Cristiano Viana.
Prestação de Contas: Andréa Lopes e Cinthia Abreu.
Assistentes de Produção: Ana Cláudia Batista Cardoso, Cris Lopes Viana, Suyanne Diaz, Cristiano Viana e Fernanda Veloso.
Equipe de Apoio indígena: Sebastião Xerente, Samuel Xerente, Ezequiel Simnãwe, Elias Wakrãwi,Ilson Xerente, Meire Dalva Xerente e Rosaclere.
Cobertura de Fotos e Vídeos: Elton Abreu e Mário.
Tradutoras em Libras: Thalyta Teixeira e Roseane Maria de Souza Barbosa.
Tradutores na língua Xerente: Carmelita Xerente- tradutora Cachoeirinha, Elson Xerente- tradutor Funil e Silvino Xerente – Tradutor Salto.
Audiodescrição: Fernanda Veloso e Cinthia Abreu.