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A senadora Kátia Abreu (PP-TO) afirmou neste domingo (28.mar.2021) que o ministro Ernesto Araújo age de “forma marginal” e está “está à margem de qualquer possibilidade de liderar a diplomacia brasileira”.

A declaração é uma resposta às alegações feitas pelo chanceler de que a congressista teria pedido a ele um “gesto” em relação à rede 5G. De acordo com o chanceler, a senadora teria afirmado que isso faria dele “o rei do Senado”. O diálogo, segundo ele, foi em um almoço no Itamaraty em 4 de março, e na ocasião “pouco ou nada se falou sobre vacinas”.

Em nota (leia a íntegra abaixo), a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado afirmou que ter defendido que a licitação para a rede de 5ª geração não tivesse “vetos ou restrições políticas”. “Ainda alertei esse senhor dos prejuízos que um veto à China na questão 5G poderia dar às nossas exportações, especialmente do Agro, que vem salvando o país há décadas. Defendi também que a questão do desmatamento na Amazônia deve ser profundamente explicada ao mundo no contexto da negociação para evitar mais danos comerciais ao Brasil.”

O ministro Ernesto Araújo é considerado um dos componentes da ala ideológica do governo, que vêm perdendo força. Este grupo tem restrições ao país asiático e incentivado que a Huawei, empresa chinesa, sofra algum tipo de limitação no leilão brasileiro do 5G.

Eis a íntegra da nota:

“O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal.

É uma violência resumir três horas de um encontro institucional a um twitte que falta com a verdade. Em um encontro institucional, todo o conteúdo é público.

Defendi que os certames licitatórios não podem comportar vetos ou restrições políticas. Onde está em jogo a competitividade de nossa economia, como no caso do leilão do 5G, devem prevalecer os critérios de preço e qualidade, conforme artigo “O Céu é o Limite” que divulguei na Folha de S.Paulo (21/03/21).

Ainda alertei esse senhor dos prejuízos que um veto à China na questão 5G poderia dar às nossas exportações, especialmente do Agro, que vem salvando o país há décadas. Defendi também que a questão do desmatamento na Amazônia deve ser profundamente explicada ao mundo no contexto da negociação para evitar mais danos comerciais ao Brasil.

Se um Chanceler age dessa forma marginal com a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado da República de seu próprio país, com explícita compulsão belicosa, isso prova definitivamente que ele está à margem de qualquer possibilidade de liderar a diplomacia brasileira.

Temos de livrar a diplomacia do Brasil de seu desvio marginal.”