A parlamentar disse esperar que o programa se torne permanente, como é o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Queremos mais recursos. Nossa expectativa é de que ele (o programa) vá durar pelo resto da vida, como o Pronaf. Esperamos que isso aconteça. Os recursos, o grande problema, apesar de R$ 28 bilhões (das duas etapas) já terem sido colocados nos bancos, a alavancagem dele ficou um para um, então, o dinheiro não rendeu. Foi segurança em excesso, conservadorismo, e pretendemos discutir esse assunto com o ministro, já que as coisas estão retomando, a economia está dando sinais de melhora”, afirmou.
A senadora destacou, ainda, que as sinalizações do setor empresarial são positivas e deveriam dar segurança para o governo. “O próprio Banco Central imagina que o Pronampe vai ter uma inadimplência de não mais que 15%. Não justifica fazer uma alavancagem um para um.”
Após o encontro, Kátia Abreu declarou que “a reunião foi bastante positiva” e que o ministro da Economia “se comprometeu a conseguir mais recursos. E, melhor ainda, a fazer uma alavancagem maior do que está proposto, de 1,17”.
Reforma
Abreu, Calheiros e Guedes falaram, também, sobre as propostas de emenda à Constituição do pacto federativo e da reforma tributária. “Viemos discutir problemas que são, na verdade, desafios que temos que enfrentar com relação à reforma tributária, o pacto federativo. Tem a questão técnica e a questão política. Temos que viabilizar a aprovação dessas matérias. Uma coisa bastante rápida e promissora que nos deixou contentes é o Pronampe”, afirmou a senadora.
“Deverá chegar até 1,4. Temos dois projetos de lei tramitando, um do deputado José Vitor (PL-MG) e um de Luis Carlos Heinze (PP-RS), que já estão tramitando nesse sentido, para aumentar os recursos do Pronampe. Claro que devemos trabalhar isso para aprovar na próxima semana, o mais rápido o possível, Câmara e Senado. E teremos mais R$ 40 bilhões, R$ 10 bilhões que virão do Pese (Programa Emergencial de Suporte a Empregos), que financia folha, mas que não decolou como o Pronampe. Também queríamos discutir a fonte. Não é tirar de qualquer lugar, de qualquer jeito. Sabíamos que tínhamos recursos do Pese, e essa sobra já pode vir R$ 6 bilhões rapidamente, que está destinado, e podemos chegar a R$ 10 bi, R$ 12 bi. E com a alavancagem, chegaremos a R$ 40 bilhões para as micro e pequenas empresas”, projetou.
O Pronampe atingiu, até agora, 6% das micro e pequenas empresas do país. Com os novos recursos, a expectativa é chegar a 10% das micro e pequenas empresas, “só com o Pronampe. Mas, este ano, o crédito de um modo geral, segundo dados do BC, aumentou em 25% para pessoas jurídicos do Brasil”, afirmou a senadora, que destacou, ainda, que o país não tem cultura de emprestar dinheiro aos micro e pequenos empresários, o que se agravou com a pandemia.
Nova cultura
Kátia Abreu disse acreditar que o Pronampe possa ser o passo inicial para para criar uma nova cultura de crédito. “Essa hora, o Pronampe, que criamos, dá essa condição. O autor é o senador Jorginho Mello (PL-SC). Isso faz com que uma cultura de financiamento das micro e pequenas empresas se inicie, a exemplo do Pronaf, que foi criado para pequenos agricultores e é um sucesso total”, destacou.
“Queremos que, também no pós-pandemia, o Pronampe possa continuar como um programa sustentável, definitivo para micro e pequenas empresas no país. A falta de crédito é o o grande mal que faz com que pequenas empresas vivam de dois a três anos no Brasil. É a falta de crédito na hora certa para esses empresários. Se tiver o crédito, com certeza, ela terá a vida mais longa”, afirmou.
Questionada sobre os 10 dispositivos do Pronampe vetados pelo governo, a parlamentar disse não ter problema com nenhum deles. “Não tenho nenhum prejuízo com relação aos vetos. O Pronampe foi aprovado com muita tranquilidade, depois de muita negociação e depois de o Senado pisar o pé, e a Câmara também. E conseguimos esse espaço que ficou bem modelado. Basta ver que o empréstimo foi rápido, os recursos acabaram rapidamente, porque ele ficou bem ajustado e com uma grande contribuição do Congresso. Agora é apenas mudar essa modelagem de alavancagem. O fundo não pode ser financeiro. É um fundo garantidor. Tem que render muito mais do que um para um”, defendeu.
Com informações correiobrasiliense.