O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse nesta segunda-feira (6) que tem um “compromisso” com a recondução de Davi Alcolumbre (DEM AP) ao cargo de presidente do Senado a partir de 2021. Apesar de dizer que a posição é pessoal e não representa os interesses do governo, a afirmação evidencia a boa vontade do Palácio do Planalto com a permanência de Alcolumbre no posto de comando.
“Apoio a condução a qualquer senador ou senadora a qualquer tempo do mandato de 8 anos”, defendeu. “Tenho compromisso com a tese de recondução e acredito que ele [Alcolumbre] tem o direito”, emendou. Gomes tem um boa relação com Alcolumbre desde quando os dois eram deputados federais.
O anúncio também abre a possibilidade de Gomes não se candidatar ao cargo, como chegou a ser ventilado dentro do MDB, seu partido. Ainda assim, a legenda conta com outros dois nomes fortes para uma eventual disputa: Eduardo Braga (MDB-AM), líder da bancada, e Renan Calheiros, que foi presidente do Senado por quatro vezes.
Como mostrou o Valor, o presidente do Senado quer aproveitar o momento para ganhar aliados em seu projeto mais ousado: uma mudança que permita a ele ficar mais dois anos à frente da Casa. Antes improvável, a manobra passou a ser considerada possível nos bastidores, com Alcolumbre tendo estabelecido importantes vínculos com lideranças do Congresso Nacional e com a Suprema
Corte.
A dúvida é sobre quando o presidente do Senado deve colocar o tema em discussão. Segundo um interlocutor, Alcolumbre pretende sugerir o tema num momento sem qualquer crise entre os Poderes ou animosidade no Parlamento. Por conta disso, há assessores que defendem que o presidente do Senado aguarde até setembro, quando os casos de covid-19 poderiam recuar.
Com informações valor.globo