O caso foi registrado em dezembro de 2018 e as investigações foram encerradas nesta quarta-feira (23). Por causa da conduta, a médica de 43 anos foi indiciada por homicídio doloso majorado, já que “tinha o dever legal, como médica, de cuidado e o comportamento dela ocasionou, de forma direta, a morte da idosa”, disse a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a conduta da profissional trata-se de um fato isolado, que está sendo apurado pela corregedoria da pasta. Afirmou também que acompanha o processo penal e a médica poderá sofre sanções administrativas. (Veja a nota no fim desta reportagem)
De acordo com as investigações, no dia 5 de dezembro de 2018 a idosa passou mal, foi atendida em casa por uma equipe do Serviço Móvel de Urgência (Samu) e levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguaína.
Os profissionais da unidade constataram que a idosa sofria de pneumonia aguda e estava debilitada por causa do agravamento de um quadro de insuficiência respiratória. Por causa da situação, ela foi rapidamente encaminhada ao Hospital Regional de Araguaína.
Ao chegar no HRA, Doralice Cavalcante Rodrigues foi imediatamente levada para a sala vermelha para que pudesse receber cuidados intensivos, mas quando ia ser retirada da maca do Samu para ocupar um leito, a médica plantonista determinou que os funcionários retirassem a idosa e a levassem para a sala verde, onde ficam pacientes que tratam doenças mais leves.
Segundo a polícia, um vídeo feito por um neto de Doralice Cavalcante mostra a médica debochando do estado de saúde da paciente. “Ela está boa toda, melhor do que eu”. As imagens foram apresentadas na delegacia e os agentes disseram que a médica estava “demonstrando total desdém”.
Testemunhas disseram que enquanto a médica falava que a idosa estava bem, ainda empurrava a maca de forma brusca. A cena chocou o acompanhante e funcionários do hospital.
A polícia informou que por causa do tratamento inadequado que recebeu, a idosa morreu no dia seguinte por insuficiência respiratória. “A vítima passou por grande sofrimento, sendo que sua morte ocorreu 21 horas depois de dar entrada no HRA”, informou a SSP.
O caso foi concluído pela polícia e a agora a médica ficará à disposição da Justiça.
O que diz a Secretaria de Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a médica lotada no Hospital Regional de Araguaína (HRA) – indiciada pela Polícia Civil em 23/09/2020 pelo óbito de uma idosa ocorrido ainda em 2018 – é servidora efetiva do Estado e encontra-se no exercício regular das suas atividades.
“A SES esclarece que a conduta da profissional, no caso citado, trata-se de um fato isolado, que está sendo apurado pela corregedoria da pasta. Ressalta-se que SES também acompanhará detidamente os trâmites do processo penal, caso haja denúncia por parte do Ministério Público, podendo ocorrer, simultaneamente, sanções administrativas de acordo com as legislações vigentes no Estado do Tocantins”, diz a nota.
Com informações g1/to.