Em entrevista a Oeste, o vice-presidente da OACB, o advogado João Alberto da Cunha Filho, destaca que o grupo foi criado para combater a politização da entidade nacional. “Ela não está a representar a categoria e, sim, os interesses de quem está presidindo a OAB Nacional”, afirma. Hoje, a organização conservadora reúne cerca de 60 advogados.
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Cunha Filho afirma que o grupo defende os três pilares fundamentais do conservadorismo: a filosofia grega, o direito romano e a cultura judaico-cristã. Para ele, este último é o que está mais está sob ataque neste momento, sobretudo pela esquerda.
“Mesmo que você não acredite, nós respeitamos, o que não concordamos é que haja uma necessidade premente, principalmente no viés político da esquerda no nosso país, de implodir, de destituir, de pulverizar a cultura judaico-cristão, isto realmente nós fazemos oposição. Esses valores acabam sendo perseguidos pela ditadura de esquerda”, destaca Cunha Filho.
Acompanhe as cinco perguntas feitas por Oeste ao porta-voz da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil:
1. Como surgiu a ideia de criar a Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil? A OACB busca fazer um contraponto à OAB?
A ideia foi exatamente porque nós identificamos que a OAB Nacional está com um viés estritamente político. Ela não está a representar a categoria e, sim, os interesses de quem está presidindo a OAB Nacional. Não fazemos um contraponto, mas seria um combate da politização de um órgão de classe importante e necessário como a OAB.
2. O presidente da OACB, Geraldo Barral, chegou a dizer que a OAB tenta ‘intimidar’. Existe algum tipo de perseguição?
A OAB não só tenta intimidar como se instrumentaliza de ações judiciais. Para você ter uma ideia, depois que fizemos denúncias de crimes que foram perpetrados por deputados federais e senadores, a OAB Nacional, de imediato, propôs uma ação disciplinar, que nós ainda não fomos intimados nem citados, contra todos os integrantes da associação. E mais, ainda entrou com uma ação civil pública que, salvo engano, visa dissolver a associação, ou seja, é um entendimento totalmente totalitário e ditatorial de quem está hoje à frente da OAB Nacional, o senhor Felipe Santa Cruz.
3. Essas denúncias que o senhor citou fazem parte da campanha lançada por vocês para que internautas reportem à entidade ofensas ao presidente Jair Bolsonaro e seus familiares?
Sim, veja, se nós temos um deputado federal — Daniel Silveira — que, ao se referir ao STF de forma desrespeitosa, foi preso por conta disso. Automaticamente, se pode levar a crer, a conclusão é lógica, de que qualquer outro deputado federal ou senador que use destes mesmos expedientes contra o presidente da República deve receber a mesma pena. O que nós estamos fazendo não é fomentando ações, mas procedendo com denúncias de crimes que são cometidos por pessoas que, de acordo com o artigo 26 da Lei de Segurança Nacional, estão desacatando, injuriando e caluniando o presidente da República. Nós estamos exercendo a Justiça, que é a função do advogado.
4. Como vocês definem o conservadorismo?
A definição de conservadorismo é muito ampla e objeto de estudo permanente. Nós entendemos que o conservadorismo tem uma base muito sólida em três pilares: a filosofia grega, o direito romano e a cultura judaico-cristã. O que nós defendemos é aquilo que ao longo do tempo, da experiência, a sociedade já identificou como certo, justo e ético e estes valores têm que ser mantidos axiologicamente falando.
Hoje, eu creio que o que está mais em combate é a cultura judaico-cristã. Nós defendemos os valores culturais daquilo que existe no livro sagrado — e mesmo que você não ache que a Bíblia seja um livro sagrado – entendemos a Bíblia como um livro de regras de fé e prática. Muitas das práticas que estão contidas na Bíblia sagrada são eticamente valorosas para a sociedade como um todo. Para entender isso, não é necessário ser ou se converter ao cristianismo. Mesmo que você não acredite, nós respeitamos. O que não concordamos é que haja uma necessidade premente, principalmente no viés político da esquerda no nosso país, de implodir, de destituir, de pulverizar a cultura judaico-cristão, isto realmente nós fazemos oposição. Esses valores acabam perseguidos pela ditadura de esquerda.
5. Hoje, como está a estrutura da OACB e o que vocês desejam para o futuro?
Atualmente, a Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil tem advogados inscritos em todos os Estados do nosso país e do Distrito Federal. Graças a Deus, estamos muito bem representados e manejando as ações necessárias. Não é nossa intenção ser um substitutivo da OAB. Não precisamos necessariamente de um número gigantesco de membros, precisamos de advogados patriotas, conservadores e cristãos, que tenham este mesmo entendimento e se coadunem com o nosso estatuto. Queremos fazer aquilo que acreditamos: pleitear a Justiça com o viés daquilo que o conservadorismo prega. Nós buscamos efetivamente uma sociedade mais justa e entendemos que a Justiça é obviamente exercida pelo direito, mas passa pela ótica cristã.
Com informações revistaoeste.