O resultado do trabalho de mapeamento da Covid-19 em Palmas, realizado entre os meses de maio a julho deste ano, foi apresentado por pesquisadores da Fundação Escola de Saúde de Palmas (Fesp) durante a Arena do Conhecimento, na tarde desta quinta-feira, 03. Cerca de 1.700 pessoas foram entrevistadas e 1.186 amostras de sangue foram colhidas em Unidades de Saúde da Família de Palmas, nos três meses de pesquisa.
De acordo com estatística do mapeamento, houve aumento da prevalência da doença na Capital, sendo que os casos confirmados, como assintomáticos, estavam em grande maioria no mesmo nível dos sintomáticos para o período. A pesquisa também apontou que os assintomáticos tinham maior prevalência nas mesmas localidades que os sintomáticos. Durante o período, os casos confirmados e seus contatos foram acompanhados pela Secretaria de Saúde de Palmas.
“Apesar de não serem perfeitamente comparáveis, também observamos um aumento da soroprevalência em Palmas durante o período do estudo. Estimamos que houve um aumento de 1,5 vezes em moradores com 18 anos e mais. Outro fator que chamou atenção foi o que número de casos positivos estavam ligados a renda social, pessoas com menor escolaridade, menor renda e que utilizam transporte público tiveram maior risco de se contaminar. E a pesquisa também observou que com o decorrer do tempo houve quedas nas medidas de prevenção por parte da população”, destacou o coordenador e tutor dos Programas de Residências da Fesp, Fernando Quaresma, que também é professor de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
A pesquisa
De iniciativa do Ministério da Saúde, realizada pelo Ibope, sob coordenação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e o apoio operacional da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (Semus), a pesquisa foi feita por meio de testagem por amostragem para mapear a Covid-19. O objetivo foi identificar a proporção da população de Palmas que esteve infectada pelo coronavírus, no período do estudo, especialmente os casos assintomáticos ou sintomáticos leves, identificar os locais onde houve maior avanço do vírus, além de avaliar o comportamento da população em relação às medidas de prevenção.
Para realização do estudo, nove entrevistadores, uma técnica em enfermagem e uma enfermeira fizeram parte da equipe. Testes como exame de sangue foram coletados nas unidades de saúde mais próximas da residência dos participantes.
Para Quezia Cavalcante de Melo, coordenadora do Programa de Educação Permanente Atenção Primária e Vigilância em Saúde da Fesp, que também participou da apresentação, a pesquisa ajudou no planejamento das medidas de segurança e controle da doença. “Com o estudo conseguimos identificar o perfil socioeconômico e demográfico dos participantes para verificar a presença do coronavírus e o percentual de pessoas com anticorpos da doença, avaliar a velocidade de expansão da infecção ao longo do tempo e os determinantes sociais de saúde presentes na comunidade. Dados que auxiliaram a organização do sistema de saúde”, concluiu.